sexta-feira, 24 de abril de 2020

Fala galera, tudo bem? Aqui estou eu de novo um pouco perdido com o que fazer com esse espaço que tenho no Quarto da Moda

Fala galera, tudo bem? Aqui estou eu de novo um pouco perdido com o que fazer com esse espaço que tenho no Quarto da Moda, e por isso resolvi utilizá-lo para expor um ponto de vista que nunca foi manifestado. Todos dizem que a moda é cíclica, e isso não posso negar. É só olhar para o que acontece com as calças, principalmente as femininas. São bocas que apertam e alargam, bainhas que encurtam e depois voltam a descer, cinturas que ano sobem e ano descem, então que isso ocorre não posso contrariar. Agora o que gostaria de dizer é que acredito que essa tese não se aplica a tudo, existem coisas que realmente vem para ficar.

Um bom exemplo disso acredito que possa ser o xadrez, que é verdade já foi muito usado e depois deixado de lado, mas a algumas coleções vem vindo forte, sobrevivendo e com louvor a um verão rigoroso. Acredito que desta vez tenha vindo para ficar em definitivo, mas não quero fugir da idéia inicial que tive para este post, que é calçado.

O calçado masculino da nossa geração sempre foi e acredito que continuará sendo o Tênis. Os homens da geração Y sempre usaram tênis, passando por fazes bem distintas. Teve a fase, muito renegada por todos, que foi a era do Shox, onde todos usavam, embora atualmente neguem. Quem nunca quis um tênis deste?

O lema da época era “quanto mais mola melhor”. Ainda existem pessoas presas neste momento, mas fiquem tranquilos. Nem todo mundo evolui no mesmo ritmo, e se continuarem presos, eles que sejam felizes com suas molas. A era Shox foi seguida pela era Surf, muito influenciada por marcas estrangeiras e atletas de renome, como Kelly Slater e Tony Hawk. Neste momento os tênis eram grandes, largos e pesados. Todos usavam esses modelos que mais pareciam bolas nos pés. E não adianta rir e negar. Que garoto da Zona Sul carioca não tinha, ou queria ter, um Chet Thomas IV deste ou qualquer outro modelo da Globe?

Bom mais essas fases passaram e acredito que chegou o momento em questão. A era dos calçados masculinos atual é a era dos tênis baixos. Fase essa que já vem durando por um bom tempo. A moda masculina vem mudando, modismos vão ficando para trás e a hegemonia dos tênis baixos continua a imperar. Talvez essa família tenha vindo com muita força porque tiveram um clássico para abrir a porta, o All-Star, mas depois deste vários ganharam espaço no mercado.

O que estou tentando dizer é que estes já são unanimidade há um bom tempo e não acredito que irão perder seu posto para um outro estilo de calçado masculino. O ponto forte desta família é a praticidade, o conforto e a versatilidade.

O tênis baixo cai muito bem em um look com bermuda, seja ela cargo ou mais seca, e continua sendo a melhor opção para se usar com jeans. Outra grande vantagem deste estilo é o conceito “cool” que o tênis ganha quando esta velho, sujo e surrado, facilitando muito a vida de um homem. Bom, como dica para este tópico, diria para se prenderem aos clássicos. Converse, Superga, Vans, enfim escolham dois ou três e sejam felizes.

Seguem algumas boas opcões abaixo:

Aproveitando a ascensão da profissão de CoolHunting não só na área de moda

Aproveitando a ascensão da profissão de CoolHunting não só na área de moda, mas em todas as áreas que tratam diretamente com o comportamento do consumidor, conversamos com uma das principais profissionais do ramo local,
Erika Guimarães. Produtora e editora de moda, Erika é dona do
blog Fashion Is in the Air, onde publica diariamente inspirações e estilos que registra em suas viagens. A consultora de CH, que também ministra diversos cursos na Universidade VIVA da FA7, nos explica como está o mercado e como funciona a rotina de um
CoolHunter.  Confira:

PM- O que exatamente faz um Cool Hunter dentro de uma empresa de moda?

Na última década, o papel coolhunting dentro de empresas de moda e todo tipo de indústrias e setores, tem se tornado uma área chave no sentido de antever  e estar um passo adiante no concorrido mercado globalizado, onde a figura do coolhunter ou caçador de tendências é fundamental.

Sabemos que, atualmente, todos os segmentos de consumo estão fortemente ligados e interferem um nos outros mutuamente, influenciando não só nos hábitos de compra do consumidor, como estilos de vida em geral. Portanto, é fundamental entender porque o profissional dedicado à Pesquisa de tendências não pode focar sua pesquisa exclusivamente no segmento no qual ele trabalha diretamente.

Assim, o papel deste profissional é precisamente buscar e identificar quais serão as próximas tendências em setores como o design, a moda, a decoração de interiores, a arte, a comunicação, a fotografia, a arquitetura, a tecnologia, etc, e assim, filtrar o que pode se transformar em ações de consumo dentro do seu público específico.

 
PM- Há quanto tempo você está inserida no mercado de Cool Hunting? O que te motivou a buscar especialização nessa área?

O meu exercício como coolhunter começou no ano de 2008, despois que fiz o curso na Central Martins, em Londres. Até então, eu ainda não havia percebido o quão abrangente e amplo era o trabalho do pesquisador de tendências.

O ritmo frenético das mudanças demanda constante atualização, onde a atuação do profissional decoolhunting acaba por ser decisivo, permitindo que as empresas  conheçam antecipadamente tendências emergentes que guiarão o futuro de seus clientes.

Esse desafio, aliado a multidisciplinaridade do trabalho em si, foram os fatores fundamentais que me fizeram buscar um curso nesta área.

     
         A inspiração pode vir de qualquer lugar. Fotografe tudo que achar interessante. @Reprodução

PM- Em sua opinião, há muitas ofertas de CH no mercado de trabalho do Ceará? Como está o mercado atualmente para este setor?

O que eu percebo é que até há um desejo e uma necessidade eminente do trabalho destes profissionais no mercado cearense, mas a grande maioria dos donos de empresas ainda não tem sequer o mínimo conhecimento do que seja essa área. Vai perguntar pra eles se já desenvolvem algum trabalho de coolhunting em suas empresas! Vão te olhar com aquela cara de. “Cool o que?!”. Aí quando você explicar que é o trabalho de Pesquisa de Tendências, ele vai te responder:  “Ah, o nosso estilista é quem faz a pesquisa e cria a coleção pra gente!” Ou então, pode dizer que o departamento de comunicação é responsável por fazer essa pesquisa, ou ainda pior: “Ah! A gente tem uma pessoa que faz as nossas mídias sociais.” Ou seja, existe sim uma demanda pela atuação deste profissional, no entanto, pela falta de entendimento dos empresários do que seja o coolhunting, dentro das empresas, este trabalho está muitas vezes atrelado a outro profissional que já tem uma série de atribuições de sua função original.

Parte do problema está precisamente aí. Eles não percebem que o trabalho de pesquisa é um trabalho full time e que leva horas, dias e não para. Então, como um estilista, ou um departamento de comunicação pode fazer uma pesquisa eficiente, se precisa dar conta de duas funções, ou até mais, ao mesmo tempo? Mas já existem em Fortaleza, alguns birôs de Marketing e Comunicação que oferecem esse tipo de serviço ou então, consultorias particulares, como é o meu caso, onde a consultoria de estilo para empresas que eu desenvolvo, passa pelo coolhunting.

     
PM- Você acha que há um bom investimento e uma boa preparação de profissionais no Estado para esta área? Seja de cursos profissionalizantes ou superiores. O que você acha que poderia melhorar?

Eu penso que aqui em Fortaleza ainda existe pouco aprofundamento na área, desde a esfera acadêmica até a realidade das empresas de moda. É bastante comum ver nos meus cursos de Coolhunting, alunos comentarem que buscaram o curso porque gostariam de um maior aprofundamento na área ou que na universidade eles viram o assunto rapidamente dentro da disciplina de planejamento de coleção (Mais uma vez, a pesquisa fica resumida ao trabalho do estilista).  Pelo menos é o que eles em dizem.

Há também a outra face da moeda. Os investimentos em coolhunting, ou em sites de tendências pagos, são normalmente bastante elevados. Muitas empresas do segmento de moda local já contam com algum tipo de investimento em pesquisa, mais ainda há muitos empresários que desconhecem a importância de tal investimento e obviamente, do profissional que faça o trabalho de filtrar essas informações.

Acho importante para quem quer realmente desenvolver um trabalho nesta área, também estudar o assunto fora de Fortaleza, já que ainda não temos um curso mais longo, específico e focado nesta profissão. Em São Paulo, há bons cursos para se inscrever, ou quem tiver a possibilidade de viajar pra fora do país, ainda melhor. Não porque os cursos daqui sejam piores, mas porque viajar é uma das melhores coisas que um coolhunter pode fazer para contribuir com sua pesquisa.

   
As inspirações e idéias muitas vezes vem dos mínimos detalhes.O ato de "pensar fora da caixa" é o melhor conselho para quem está começando na área. @Reprodução


PM- Os profissionais que estão atualmente no mercado de CH estão, em sua opinião, preparados? Existe mesmo conhecimento aprofundado sobre o assunto ou muitos ainda se inserem às escuras?

Em um dos meus cursos, já aconteceu  de uma aluna, me chamar e dizer: “Professora, por que na próxima aula a gente não vai pro Iguatemi pra ver as lojas e as tendências?”  Meu primeiro pensamento foi : “Meu Deus, acho que ela não entendeu nada do que falamos aqui.”

Como eu disse no início, o trabalho do coolhunting vai muito além de ver o que está nas vitrines e nas passarelas.  É um trabalho de antecipação, de perceber o que está por vir. É necessário olhar para tudo ao seu redor, desde o design à gastronomia. Costumo dizer na minha primeira aula do curso: “O que menos vamos falar aqui é de roupas. Quero abrir o olhar de vocês para algo bem mais amplo, aquilo que está no ar, mas ainda não foi claramente definido com palavras ou denominações. OZeitgeist do momento.”  – Um termo alemão que quer dizer, espírito da época ou sinal dos tempos.

O que é necessário e importante no trabalho deste este profissional é definir um método e um hábito pessoal constante, de como fazer a pesquisa de forma que ela seja clara e objetiva tanto para ocoolhunter como para as empresas que irão usufruir de sua pesquisa. E para isso, a formação em cursos e a prática são importantes para que não se torne algo aleatório ou centrado em gostos e interesses pessoais.

   
PM- Você consideraria o Cool Hunting hoje, uma das profissões em ascensão no mercado de moda do Brasil? Há muitas lojas que já contratam o profissional de CH?

Acho que o coolhunting hoje é uma das profissões em ascensão não só no mercado de moda, mas em qualquer mercado que deseja atuar com alguma vantagem frente à concorrência, o que atinge absolutamente TODAS as áreas de consumo, não só a nível nacional, mas a nível mundial.  Até porque, as empresas internacionais estão de olho no nosso mercado e é com elas, além das nacionais, que estamos concorrendo diretamente.

Ainda que essa concorrência ocorra muitas vezes dentro da realidade virtual do e-commerce, o investimento de grandes marcas de moda mundiais, no mercado brasileiro, tem feito com que a concorrência se torne cada vez mais acirrada e é necessário que as empresas nacionais estejam atentas e preparadas para responder à altura. Com o aumento desta consciência, certamente a demanda por profissionais focados nesta área deverá crescer nos próximos anos, como uma reação aos novos desafios do mercado nacional, onde o papel do coolhunting será fundamental, senão vital para as empresas.

 
 Erika em uma de suas viagens de pesquisa de tendências e comportamento. @Erika Guimarães (Facebook)

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Verde, vermelho, azul, e graninha no bolso!



Verde, vermelho, azul, e graninha no bolso!

A necessidade de ampliação da cartela de atividades de um estilista contemporâneo esta cada vez mais latente. O fashion designer atual, não se limita mais a criação das roupas. O designer hoje, tem a missão de criar uma imagem de marca, de universo, que se revertera em vendas. Uma black pants Versace torna-se completamente distinta a uma mesma black pants Prada. São universos antagônicos, apesar da similaridade do produto. Esse novo profissional tem esse intuito, de modelar e criar mundos de imagem, mundos de sonho.

A vida é tão corrida, tão globalizada, que as simplificações do vestir ganham espaço. Deixa-se de usar a roupa e passa-se a consumir a imagem, imagem-conceito de uma marca e/ou estilista.

O novo artigo da Susy Menkes/Herald Tribune, trata do assunto exemplificando a dificuldade de um novo profissional adentrar e permanecer no mercado de moda contemporâneo sem o apoio (leia-se dinheiro) dos conglomerados de luxo. Deixa-se de existir profissionais auto-suficientes, afinal, para transgredir e vender, é necessário “marketear”.

O universo de sonho da Haute Couture parisiense, se mantém viva, exclusivamente (será?) para vender perfumes, óculos, maquiagem, roupa de cama/mesa/banho (credo!). The big boss (Bernard Arnault/LVMH) promove o poder do luxo (onde o mesmo tem uma relação direta com exclusividade/desejo). Compra Maisons quase ou totalmente falidas (devido a uma má administração), e as restaura com uma boa dose de marketing e/ou um jovem estilista no comando.

Os critérios para esse jovem profissional se manter no mercado esta diretamente ligada à qual grande empresa patrocina o estilista escolhido. Se o mesmo não possui tal apoio, não consegui competir com os grandes nomes da moda.

A correria das assíduas clientes (ou não tão assíduas assim) em querer fazer parte desse universo desencadeia uma quantidade de dinheiro exorbitante (necessário para a manutenção do luxo). Se uma marca não cresce, estagna, cai em falência, e futuramente pode vir a ser comprada por um dos conglomerados, que por sua vez, eram seus rivais no passado (num curto espaço de tempo, of course!). Isso gera um sobe desce na escala de poder, onde não se sabe quem ira sobreviver a mais uma estação (ai meu coração!). Com exceção (lógico!) dos grandes conglomerados, que aumentam a cada dia, e padronizam a industria da Moda cada vez mais!

Eu já to guardando dinheiro debaixo do colchão!

E você ta? Não?

Olha lá heim...



sábado, 2 de março de 2019